por Rodrigo Machemehl

Assistir a um bom filme, jogar conversa fora com pessoas queridas, acompanhar futebol aos finais de semana (sim, desse pão e circo eu também quis), e claro, falar sobre projetos são atividades que me definem. Eu sou o Rodrigo, tenho 27 anos, sou formado em Engenharia Agrícola, porém, desde o início da minha longa carreira de três anos trabalho com projetos, dentro do departamento de PMO (Project Management Office).

Agora que já falei um pouco sobre meus gostos (dizem que isso cria conexão, então não custa tentar, né?), vou contar como vim parar aqui no “Meu café primeiro”.  Como estou dando meus primeiros passos na vida profissional, vou elencar duas características que para mim devem manter-se prioritárias: DESAFIO e APRENDIZADO. Foi nessa busca por novos conhecimentos que cruzei com o Rafa, que passou esse último ano me ensinando alguns truques novos e compartilhando a sua própria perspectiva sobre diversos temas relacionados a projetos. Deste modo, houve o convite para escrita de uma pauta no blog.

Você aí deve estar se perguntando o que uma pessoa que iniciou a pouco a carreira pode compartilhar sobre experiências profissionais, certo? Ainda mais quando no público leitor inclui, e muito, pessoas mais experientes, para não dizer velhas. A minha colaboração, sem grande ambição, é ratificar o que está fresco em minha cabeça, que é o paradoxo da experiência: a própria experiência de não ter experiência. Ou seja, como é, o início de carreira em gestão de projetos.

“Pouca experiência você tem. Conhecimento buscar, você deve!”

Uma constatação: não estamos prontos para o ambiente de trabalho quando saímos da universidade, isso não é segredo pra ninguém. Porém, quando falamos sobre a transição da vida acadêmica para o início no mercado de trabalho em gestão de projetos a lacuna existente se torna ainda mais perceptível.

 Por que essa lacuna é mais visível na área de projetos? Exatamente porque esse campo do conhecimento se apoia em pessoas e isso traz uma complexidade adicional à rotina de trabalho. Passamos grande parte da graduação aprendendo a como resolver todo tipo problema, mas pouco tempo aprendendo a lidar com pessoas.

O trato com as pessoas é frequente e fundamental para o sucesso em um projeto, e consequentemente para conseguir corresponder com eficiência o trabalho nesta área. É comum ter que moderar discussões para chegar em um consenso, acordar datas de entrega, definir quem serão os responsáveis por tarefas, auxiliar no gerenciamento de conflitos e motivar uma equipe de trabalho. Se essas atividades já não são triviais para quem tem mais experiência, tê-las em sua rotina de trabalho assim que ingressa no mercado, é ainda mais desafiador.

          Outro ponto que é característico nesse ramo, é que nos tornamos generalistas, são vários projetos de áreas distintas sendo executados em paralelo, isso faz com que o fluxo de informação a ser digerido seja intenso, e ao mesmo tempo, espera-se que o profissional em gestão de projetos, seja ele líder ou suporte, se posicione e auxilie a direcionar todos os temas. Atender à essa expectativa com a presença de pessoas mais experientes e especialistas em cada assunto requer uma ótima compreensão de como podemos agregar à situação, entendendo como direcionar e organizar os próximos passos, sem impor o que deve ser feito e como deve ser entregue.

         Se nem tudo é um mar de rosas ao iniciar a carreira em gestão de projetos, e não me alongarei aqui listando outros muitos desafios, também não se pode negar os pontos positivos.

Estar nessa área ao ingressar no mercado propicia um crescimento exponencial de maturidade por estar exposto aos mais diferentes tipos de obstáculos. Essa diversidade de temas trabalhados pelo profissional de projetos faz com que seu pensamento sistêmico seja estimulado, sempre buscando entender os pontos positivos que podem ser conectados a outras circunstâncias similares para melhorar as entregas de, até mesmo, outros projetos.

          Além de acelerar o processo de aprendizagem, existem também outros benefícios, como a exposição que pode ser dada a projetos e consequentemente ao profissional que atua na área. Essa exposição será benéfica se o trabalho feito for consistente. Para tanto, da minha experiência, relato a necessidade de estar o tempo todo testando, arriscando, se posicionando, ao mesmo tempo ponderando e ouvindo! Ouvir o que as pessoas envolvidas direta ou indiretamente no projeto em questão têm a dizer e compreender, estando de fora, com uma perspectiva abrangente e não (tão) viciada, o que está faltando e qual é a melhor maneira de resolver o problema discutido.

O segredo? Ouvir, ouvir e ouvir.

Muitas vezes, dentro de um projeto, o que precisamos é conseguir fazer com que o time entenda que mesmo olhando de diferentes janelas, estamos todos olhando para o mesmo horizonte. Essa é a melhor maneira de, após praticar a escuta ativa, garantir que também iremos gerar ação e tirar as ideias do papel.

Como aprendemos, dentro de um projeto não há certo e errado, apenas perspectivas diferentes. Do mesmo modo, e retomando o objetivo desse texto, que é abordar o início da carreira em gerenciamento de projetos, minha intenção foi abordar, mesmo que brevemente, alguns dos desafios e das oportunidades que giram em torno dessa área, de acordo com a minha própria experiência. Espero ter conseguido fazê-lo.

Abraços,

Rodrigo.

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