O mundo gira rápido demais pra gente ficar esperando as coisas acontecerem. Nada de “respeitar o tempo das coisas”. Quem espera não alcança — quem alcança é quem age rápido, atropela, pula etapas e chega primeiro. Sejamos sinceros: pra quê paciência? Não sabe fazer ainda? Faz assim mesmo! Ainda não está pronto? Finge que está e vamos nessa, o caminho treina, ensina. Quem precisa de processo, quando se tem pressa?

Na verdade, a velocidade é a chave da eficiência. Por que se preparar com calma para uma entrevista se você pode improvisar tudo de última hora? Para que ensaiar um musical ou uma performance artística? Por que amadurecer uma ideia se você pode lançar qualquer coisa e ver no que dá? Paciência é para os fracos — os mais rápidos dominam o mercado, mesmo que seja por cinco minutos. E se der errado? Bem, você tenta outra idéia avassaladora e a implementa antes mesmo das pessoas perceberem, quando virem, já ta lá.

Aliás, ciclo bem fechado é coisa de gente que tem tempo de sobra. Não tem essa de parar pra refletir, aprender, amadurecer. Não funcionou? Joga fora e parte pra próxima. Afinal, a fila anda, o feed não espera e a próxima tendência já está no TikTok.

Mais de um ciclo, caia fora dessa, repetir seria mais do mesmo, o importante é avançar para outra frente o quanto antes.

Agora, brincadeiras à parte: você já reparou como esse comportamento apressado cobra caro lá na frente? A verdade é que a paciência é uma das competências mais valiosas da vida moderna. Como disse Tolstoi, “o mais forte de todos os guerreiros são esses dois: o tempo e a paciência.” A paciência nos dá clareza para tomar melhores decisões, evita retrabalhos e nos ajuda a amadurecer as habilidades que realmente importam.

Em estudo publicado pela Association for Psychological Science, pesquisadores como Sarah Schnitker e Robert Emmons mostram que pessoas pacientes têm maiores níveis de satisfação com a vida e menor incidência de depressão. Elas são mais persistentes, mais empáticas e tendem a lidar melhor com desafios.

E há também outro ponto crucial: respeitar processos. Aplicar paciência não é cruzar os braços e esperar que o universo resolva tudo — é entender que agir com rapidez é bom, mas agir com desespero é desastroso. Testar métodos, validar ideias e amadurecer comportamentos leva tempo, mas gera resultados consistentes. Em um estudo do Project Management Institute (PMI), empresas que aplicam boas práticas de gestão de projetos — ou seja, respeitam métodos e processos — têm 92% mais chance de alcançar seus objetivos estratégicos do que as que não aplicam.

Fechar ciclos, revisar aprendizados e ajustar rotas faz parte de qualquer jornada de crescimento. É no processo que a gente fortalece as bases, aprende com os erros e desenvolve resiliência. Quem respeita o tempo e se dedica à construção sólida de algo, invariavelmente chega mais longe. A paciência não exclui a ação; ela qualifica a ação. É o que separa os que queimam etapas dos que constroem legado.

Então sim, vai lá, corre, atropela tudo, pula etapas… só não reclame depois quando o castelo cair antes da foto. Porque no fim das contas, ninguém ganha de alguém que tem paciência — e método.

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